Embora The Last of Us tenha sido anunciado quase como um dos poucos remanescentes do velho Survival Horror, a Naughty Dog optou por focar muito mais nas relações entre Joel e Ellie com os demais sobreviventes desse mundo pós-apocalíptico do que no terror propriamente dito em seu material de divulgação. Todos sabem que os monstros estão lá, mas ninguém tem ideia de como eles deverão ser enfrentados.
Quer dizer, até agora. Um vídeo liberado no início desta semana revela dois minutos de jogabilidade do aguardado título e mostra um pouco de como os jogadores terão de lidar com os terríveis infectados, além de mais alguns detalhes que serão úteis na luta pela sobrevivência. Para quem não via a hora de encarar um mundo tomado por monstros, chegou a hora de ver que as coisas não são tão simples quanto se pensava.
Sobrevivendo no escuro
O primeiro ponto que chama a atenção no trailer é exatamente a escuridão. A passagem demonstrada parece acontecer dentro de um shopping ou mercado abandonado, o que significa que não há qualquer tipo de fonte luminosa disponível. Desse modo, a única maneira de fazer com que Joel se localize em meio às prateleiras e infectados que caminham pelo local é uma pequena lanterna que ele carrega presa em sua camisa.
E essa ambientação é um dos grandes destaques de The Last of Us. Como o foco do game é criar uma tensão baseada na sobrevivência, estar no meio das trevas com pouca munição e rodeado de inimigos é algo que sempre funciona quando queremos que um jogo nos faça sentir medo. Bem ao estilo Silent Hill, cada barulho estranho deve ser encarado como um terror que se aproxima.
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Além da falta de luz, a furtividade é outra característica essencial ao longo de sua jornada. Não apenas porque os tiros são escassos e você precisa economizar cada bala em sua arma, mas porque agir silenciosamente é muito mais seguro do que disparar para todos os lados.
Um dos principais responsáveis por essa exigência do stealth atende pelo nome de Clicker. Com o crânio totalmente desfigurado e com cogumelos tomando o que deveria ser o rosto, esse monstro é a terceira fase dos infectados e também o pesadelo na vida dos sobreviventes. Embora seja totalmente cego — é por isso que Joel consegue se aproximar com sua lanterna sem ser identificado —, ele se localiza a partir do barulho e parte para cima de qualquer ruído no cenário.
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E isso traz algumas possibilidades interessantes dentro da mecânica de The Last of Us. Como pode ser visto no vídeo, você pode arremessar itens como garrafas e até mesmo armas nos inimigos e no chão, atraindo algumas dessas criaturas. No caso dos Clickers, isso é fundamental na criação de estratégias para matá-los com ataques silenciosos e sorrateiros.
Por mais que as armas de fogo sejam realmente eficientes na maioria dos confrontos — dependendo do equipamento, você pode derrotar o adversário com um único disparo —, elas devem ser usadas apenas em últimos casos. O próprio vídeo mostra que, após alguns tiros, Joel precisa correr para o mais longe possível na tentativa de encontrar um abrigo dos monstros que foram atraídos pelo barulho.
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Esse tipo de ação é realmente fundamental se você quiser durar mais que três minutos em The Last of Us. Por estarem em um estágio avançado da infecção, os Clickers são altamente mortais, o que significa que qualquer toque é mortal. Em outras palavras, trata-se de um adversário que deve estar sempre longe.
Agindo nas sombras
Com isso, você deve estar se perguntando como diabos é possível derrotar esses monstros. É aí que entra a parte mais divertida de The Last of Us: o improviso. Afinal, saber se virar é uma exigência básica para o sobrevivente de qualquer mundo pós-apocalíptico, não é mesmo?
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A primeira grande dica é aquilo que já comentamos anteriormente: ataques furtivos. Aproximar-se de um infectado silenciosamente para matá-lo com uma faca ou um pedaço de tijolo é rápido e funcional, embora não muito recomendado quando você estiver diante de um grande grupo.
Porém, é preciso estar muito atento às condições de suas armas, uma vez que elas são danificadas com o uso e isso pode deixá-lo na mão na hora do apuro. Perceba que alguns dos ataques físicos feitos por Joel — principalmente aqueles com barras de ferro, por exemplo — possuem um pequeno indicador que diminui a cada ataque. Isso significa que seu acessório possui uma durabilidade e, a partir de determinado ponto, ele não será mais útil.

É por isso que você precisa estar atento a tudo o que você encontra em seu caminho. Como o vídeo de jogabilidade apresenta, pedaços de ferro, garrafas e até mesmo lascas de concreto podem ser coletados enquanto Joel avança e usados em diferentes momentos.
Cada um desses itens pode ser usado de uma maneira específica. O tijolo, por exemplo, é perfeito para ataques físicos mais potentes capazes de moer o crânio de um infectado, enquanto tesouras e outros tipos de lâminas permitem que você acabe com o inimigo com uma pegada mais próxima do stealth clássico.
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Porém, o que realmente chama a atenção em The Last of Us é a possibilidade de combinar itens para a criação de novas armas e acessórios que serão úteis ao longo de todo o jogo. Tudo aquilo que você encontra em seu caminho é posto dentro de sua mochila e pode ser combinado de acordo com sua necessidade — afinal, o desespero é o pai da criatividade.
Diferente do que acontece em outros jogos, esse sistema de criação acontece em tempo real, ou seja, Joel precisa construir suas próprias ferramentas enquanto se esconde de um infectado. Esse tipo de situação serve tanto para exigir um pensamento rápido do jogador sobre o que fazer em seguida quanto para criar uma tensão considerável e obrigar a pessoa a estar sempre preparada para o que está por vir.
Por mais que o vídeo de gameplay não explique o funcionamento dessa novidade, parece que ela é feita em duas etapas: primeiro você seleciona um tipo de material-base, indicado pelos ícones à esquerda. É a partir deles que você seleciona o que será aprimorado ou construído, como a utilização de garrafas para a criação de coquetéis molotov ou de pedaços de madeira com lâminas para a criação de um bastão um pouco mais letal.
Além disso, sabemos que você encontrará alguns guias de uso espalhados por esse mundo pós-apocalíptico, indicando como criar novas armas e utilitários — bem ao estilo Dead Rising.
E o enredo?
Apesar de já termos visto vários vídeos sobre The Last of Us, ainda sabemos muito pouco sobre seu enredo. Tirando o fato de que Joel e Ellie estão juntos em mundo tomado por estranhas criaturas, quase nada foi divulgado sobre a trama de um dos jogos mais aguardados de 2013 — e talvez o mais esperado do primeiro semestre.
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E a Naughty Dog decidiu finalmente esclarecer alguns pontos, como a relação entre os protagonistas e qual seu objetivo principal. Como o estúdio revelou, o game se passará em uma Boston totalmente destruída após encarar 20 anos de uma misteriosa infecção que dizimou toda a população. Os poucos sobreviventes são aqueles que resistiram nas chamadas áreas de quarentena, armazenando mantimentos e munição.
É aí que conhecemos Joel e Tess, uma dupla de contrabandistas que se especializaram em traficar esses materiais para fora da área proposta pelo governo. No entanto, eles não transportam apenas armas e comida, como também seres humanos. É o caso de Ellie, uma menina de apenas 14 anos que eles precisam levar até os limites da região para entregá-la à milícia conhecida como "os Fireflies".
Img_normalJá é possível imaginar que isso vai gerar alguns atritos emocionais em determinado ponto da história — como quando Ellie descobre que ela está sendo “vendida” ou o momento em que Joel tenta se redimir —, mas ainda é mistérios como tudo isso será feito.
Pelo jeito, as respostas só serão entregues no próximo dia 7 de maio, data em que The Last of Us chega ao PlayStation 3.

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